E agora? Vamos nos conhecer mais?!

Já vimos os condicionamentos básicos para o homem (a mulher) caminhar na vida: Deus, graça santificante, mente, membros, tudo funcionando bem. E para funcionar bem o que é preciso? Vamos nos conhecer mais; conhecer o nosso corpo. De que é feito o ser humano? Fundamentalmente já o sabemos: de corpo e alma; todo mundo sabe disso. A alma, na qualidade de espírito, é simples, não tem partes. Já o corpo é diferente; bastante complexo mesmo. Num relance de olhos ele consta de carne, ossos, nervos e sangue. Ou ainda de um acúmulo imenso de células: mais ou menos cem trilhões de células, dizem os entendidos. Você já pensou? É célula que não acaba mais. E elas são de variados efeitos: são células dos ossos, células da carne, dos nervos, e assim por diante; cada componente do corpo tem o seu tipo de célula.

E o que é célula? Para quem ainda não sabe ou para quem já esqueceu, aqui vai minha informação: célula é o menor pedaço da composição do ser vivo. Nós somos verdadeiros edifícios em que as células servem de tijolos. Mas são tijolos vivos, tijolos harmoniosamente colocados pela arte divina.

Veja: vamos bisbilhotar, aos poucos, todos os componentes do nosso corpo ao suceder dos nossos artigos. Isso é para incentivar o cuidado maior com o nosso corpo, esta caixinha de vida que tanto nos alegra e à qual nem sempre retribuímos na media certa.

É preciso cuidar bem dele para fazê-lo sempre mais eficiente no serviço que nos presta.

Pe. Guilherme Gomes. 

Sua origem

De onde veio você? Como apareceu neste mundo? Como surgiu essa maravilha que é você? Como começou a existir?

Você e eu, todos nós, sabemos a resposta para estas perguntas. Só que, talvez, não demos a devida atenção a esse lindo fenômeno que é a Vida.

Pensemos um pouco. A Filosofia diz que nada vem à Existência sem que primeiro tenha estado no pensamento. Então veja: no pensamento de Deus somos eternos; você é eterno. Concorda comigo? Sim, se Deus é eterno, tudo n’Ele é Presente; então, desde toda a Eternidade você está presente na mente divina (cf. Jr 1, 3a); como a ideia já é um ser ( Ser de Razão, mas um Ser) então a conclusão se impõe: somos eternos.

E como a ideia divina chegou a se concretizar, se materializar em você, nesta sua realidade corpórea?  Veja os passos dados:

-  primeiro, Deus, pensou;

-  segundo, do pensamento Deus gerou a ideia, o seu modelo;

-  terceiro, Deus decidiu fazer você;

- quarto, Deus, a seu modo, ordenou a seus pais para oferecer os elementos genéticos capazes de trazer você à Existência concreta, histórica, isso que você vive hoje.

Então num ato de muito amor e ternura por parte de três pessoas você começou a existir. Seus pais lhe ofereceram a semente da vida; Deus lhe ofereceu a vida. Que coisa linda, não é?

Assim você foi concebido; começou a existir; começou a sua corrida na aventura da vida.

E os três continuaram a tarefa de criar você. Sua mãe, carinhosamente, tecendo o seu corpo no seio materno; Seu pai, trabalhando a fim de trazer o alimento necessário para os dois – mãe e filho; Deus providenciando tudo para o sucesso de tão maravilhoso empreendimento. Bacana, não é? 

Vivendo

Firmados em Deus e vivendo pela sua graça, a graça santificante, o ser humano conta ainda com outros elementos necessários à sobrevivência: aquilo que está às vistas de todos nós – os elementos fornecidos pela natureza em vista do sustento do nosso corpo: ar, água, alimentos outros, luz solar... “Deus disse: eu vos dou todas as ervas que dão semente, que estão sobre toda a superfície da terra, e todas as árvores que dão frutos, que dão semente: isso será vosso alimento” (cf. Gn 1,29).
Assim o homem (a mulher) está pronto/a para caminhar ao longo da existência programada pelo Criador.
Agora é caminhar. Mas pra onde? Como? De que jeito?
Conversaremos nos artigos vindouros. Olhe que temos muito o que falar. Acompanhe-me; você não vai se arrepender. Só terá o que ganhar.

Vida Plena

Falei no artigo anterior que a graça santificante é condição indispensável à vida humana. E por quê? Porque o ser humano foi programado para morar com Deus participando intimamente de sua própria vida (cf. Jo 6,40; 1Jo 2,29). Isso é dom (doação gratuita) do próprio Deus ao homem que criou. Trata-se de um extraordinário gesto de amor. É o que nos revela a Sagrada Escritura: “Vede que prova de amor nos deu o Pai: sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos”.

Então insisto: graça santificante é vida de Deus em nós, em você. É aquela vida que Adão e Eva perderam no inicio da história humana e que Jesus nos devolveu na plenitude dos tempos pela sua morte e ressurreição (cf. Hb 1,2; Mt 26,28) isto nos faz concluir: os alimentos que nos sustentam o corpo não são suficientes para nos manter na condição humana. Pois ser homem é ser corpo material e alma espiritual.  E o alimento da alma é a graça, graça que nos santifica; graça que nos tira da morte do pecado e nos coloca na vida de Deus. Portanto quem não está na graça de Deus está morto, consoante a afirmação de são Paulo ao falar da condição da viúva leviana “Mas a viúva que só busca prazer, mesmo se vive já está morta” (cf. 1Tm 5,6). E Paulo tem razão, pois a parte mais nobre do composto humano é a alma. É ela quem penetra na eternidade. O corpo fica na terra. No céu o corpo será diferente, será um corpo glorificado. Então fique bem claro: pecado não serve para ninguém; pecado é morte. O homem foi feito para viver e viver eternamente (cf. Mt 5,46).

Condições de vida

Todos, a não ser em caso de anomalia, gostamos de viver.
Mas o que é necessário para nos mantermos vivos? Talvez me respondam: Os produtos da terra, o ar, água... e muita gente deixa passar despercebido o que na realidade é mais importante. Todos nós o sabemos; no dia-a-dia porém, não se leva muito em conta. O mais importante é Deus. Não é verdade? É dele que vem tudo. Ele é a fonte da vida (cf. Sl 36,10).

Daí porque é fundamental, indispensável mesmo estarmos unidos à Ele. Não há outra fonte que nos forneça a sobrevivência. Se alguém não permanecer em mim, disse Jesus, é lançado fora e secará (cf. Jo 15,6).

E que fazer para estarmos unidos à Ele? Aqui entra o que algumas pessoas não querem levar em consideração: a graça santificante. É coisa de ordem teológica, religiosa, mas uma verdade que não se pode desconhecer. Quem ainda não entendeu precisa estudar, consultar quem entende mais do assunto. Pois quem vive sem levá-la em conta começa logo a aprontar asneiras; e de bobagem em bobagem vai alimentando seu processo de morte; morte espiritual e morte física. Não tem como escapar. Morte espiritual porque está fora da graça que é vida divina em nós; morte física porque se o Espírito está fora da vida não pode transmitir vida ao corpo. 

O corpo começa morrer mediante várias situações criadas por uma pessoa sem Deus: violência, assalto, sexualidade doentia... Os problemas vão se multiplicando e a pessoa se precipitando cada vez mais na morte.  É consequência lógica para quem se afastou da fonte da vida. Sorte dele se, de última hora, apelar para a misericórdia divina. Aí a vida está salva apesar de tudo. Parabéns pra ele(a)!

Viver

Inicio, hoje, uma série de artigos sobre viver. Mas quem sabe o que é viver? Pesquisei, pesquisei junto aos mais esclarecidos e nada feito; não encontrei a definição que queria.

Há anos atrás tentei falar sobre vida em programa de rádio; quase nada consegui falar. Lembrando-me do que Dom Augusto falou a meu respeito: “isto é fruto da teimosia de Guilherme” (dizia isso referindo – se à construção da igreja Monte Carmelo), estou fazendo jus ao título que me foi dado pelo mencionado bispo. Teimo em falar sobre vida, sobre viver sem, praticamente, saber dessas coisas.

Então, o que é que é viver? Aqui está o conceito que se encontra em minha cabeça: viver é permanecer na existência em atividade orgânica. Fora desta atividade o ser existe, mas não vive. Não é verdade? Minha definição, no entanto, pode ser melhorada. Agradeço a quem queira me ajudar.

Seja como for gostaria de conversar com você a respeito das variadas facetas da vida, sobre o viver dentro de nossos condicionamentos humanos de hoje. A proposta é ajudar; ajudar a todos, especialmente aos internautas, a viver bem não obstante as condições adversas que a sociedade moderna, desumana nos apresenta.

 Mons. Guilherme Gomes da Silva.