26/12/2014

Aquele Gesto...


         Tive a graça de, neste mês, participar da cerimônia de ordenação sacerdotal de 4 (quatro) diáconos da Diocese de Caruaru. Diáconos José Edeilson, Luiz Eduardo, Alexsandro e Mozart. Cerimônias lindas! É sempre assim: o rito de ordenação sacerdotal é muito bonito e muito significativo.

Entre todos os ritos destaco o da unção das mãos do recém-ordenado para nossa conversa de hoje. O novo padre se ajoelha diante do Bispo oficiante, estende-lhe as mãos e ele as unge com o óleo do crisma que foi consagrado na quinta-feira santa do ano em curso O rito significa a unção do Espirito Santo sobre o ordenado (Cf. Lv 8,1-36) para que ele possa, de pleno direito divino, abençoar as pessoas e os objetos de devoção, ambientes de trabalho, etc. Então veja bem: o padre é oficialmente autorizado por Deus para abençoar em nome do mesmo Deus (Cf.  Nm 6,22-27). Que pena que o povo de hoje perdeu o costume de pedir a benção aos sacerdotes. Que pena! É uma das pobrezas da sociedade atual.
Mas a centralidade do meu artigo está no seguinte: após a unção com óleo santo o Sr. Bispo amarra as mãos do padre para evitar que o óleo se derrame pelo chão. Em seguida o ungido ergue-se e mostra as mãos ungidas a povo. E de imediato as apresenta a seus pais que, em conjunto, desatam a atadura, enxugam as mãos do filho padre que, por sua vez, abençoa, como sacerdote, seus próprios pais. Espontaneamente, sem nenhuma determinação ritual, os três se abraçam demorada e ternamente (Neste momento muita gente não consegue segurar as lágrimas. É mesmo um gesto por demais tocante). E ai nesse abraço grandemente carinhoso parece-me escutar os pais falarem assim ao filho padre: "Meu filho, você esteve até hoje preso aos laços do convívio familiar; preso às determinações domesticas; ao convívio do amor de casa, do nosso carinho. Agora acabamos de desfazer essas amarras, ao desatar a atadura que lhe prendia as mãos. Agora você não é só nosso, filho. Agora você é inteiramente de Deus e de sua Igreja. Siga feliz na trilha que Deus lhe marcou. Execute, com fidelidade, a tarefa que o Senhor entregou ao profeta Jeremias extensiva a todos os seus ministros do futuro: "Vê, dou-te hoje autoridade sobre as nações e reinos, para estirpares e abateres, para destruíres e demolires, para construíres e plantares." (Jr.1,10). Faça isso meu filho, e nós que somos membros da igreja, somos também seus filhos. Só teremos motivos para louvar e glorificar o Pai do Céu. E isso para nós é pra lá de gratificante. Seja Feliz, meu filho. Abençoe-me diariamente de onde você estiver, e eu abençoarei você também todos os dias." E os pais se retiram caladinhos e chorosos para seus lugares.
Você não acha que isso é bonito demais? É lindo! Agora compete ao recém-ordenado ser raçudo e cumprir, com absoluta fidelidade, o compromisso de amor que assumiu com Deus e sua igreja.
Parabéns a vocês, irmãos queridos: Edeilson, Eduardo, Alexsandro e Mozart. Não tenham medo; Deus está com vocês (Cf. Jr. 1,8). Façam a parte de vocês e deixem o resto com Ele. Prossigam felizes.

19/12/2014

Queda da Seleção Brasileira: Por quê?

Deixei correr o tempo, esfriar os ânimos, as emoções, para trazer uma palavra sobre o fracasso da Seleção Brasileira na copa mundial deste ano.
Li e ouvi vários comentários de especialistas e não especialistas no assunto.
Falaram de luto, humilhação, desastre, vergonha, constrangimento, a noite mais escura, deterioração progressiva do futebol brasileiro e assim por diante. Expressões de cunho negativo. Mas houve também quem dissesse que era preciso descobrir uma nova forma de pensar o futebol brasileiro; tirar lições do fracasso. E o Dunga diagnostica: “Não somos mais os melhores. Temos de resgatar isso com humildade e trabalho.” E eu acrescentaria: E muito trabalho.
Mas de todas as declarações lidas eu gostei mais foi da de Lívia Lins “Tristeza, sim. Vergonha, jamais. Brasileiros com muito orgulho, com muito mais amor. ” Parabéns Lívia.  
Agora gente, eu queria chamar a atenção para um ponto. Vejam: tudo que foi dito e pensado se restringiu apenas à esfera do puramente humano, do material, sem se atinar com a possibilidade de uma ação divina nessa história. Se bem que o Fred ainda atinou um pouco ao pronunciar: “Vamos ter que procurar um poder superior para passar tal adversidade.”  
Alguém pode dizer: Deus não se mete nessas coisas; sua ação se limita ao âmbito do espirito, a assunto de espiritualidade, de santidade.
            Prefiro dar ponto ao Fred. Acho que o raciocínio anterior não está correto; não bate com a Revelação. Pois Jesus diz de uma maneira muito clara e direta: “... nenhum deles cai por terra sem a vontade do Pai” (Cf. Mt 10,29) Deus é o grande administrador. Ele é o dono de tudo e administra tudo.
            É dai que procede a fundamentação desse comentário que hoje elaboro.
            Veja: a primeira coisa a se observar é que nossa Seleção não estava suficientemente preparada para vencer a copa. Todos sabíamos disso. Ai vem os ingredientes que agravaram a situação. Ausência de Neymar em campo, deixou a Seleção em polvorosa, totalmente insegura; em baixo astral como se diz. E eu digo: a mente negativa tomou conta do pessoal.  O departamento de psicologia da Seleção não conseguiu reverter o quadro. Ai a coisa se complicou mais ainda. Só podia dar no que deu. (Eu agradeço aos Alemães pela informação que tive: não fizeram mais gols por respeito ao Brasil. Que delicadeza, hein gente!!).
            Agora pensemos um pouco: a Sagrada Escritura está recheada de afirmações dando conta de que Deus aplica penalidades ao povo que não obedece aos seus mandamentos, as suas leis. Confira por exemplo Dt 28 (todo ou do verso um ao setenta  e oito.)
            Vemos ai como a lei de Deus é coisa séria. Quem a desobedece tem uma gama de penalidades a sofrer. E não adianta alguém raciocinar dizendo: Isto era naquele tempo; hoje as coisas mudaram inclusive o rigor da lei de Deus. Conversa! Jesus mesmo disse claramente: “Pois em verdade vos digo: até passar céu e terra, não passará um jota ou um til da lei sem que tudo se cumpra.” (cf. Mt 5,18). Os profetas estão repletos destas constatações: porque você não cumpriu, se afastou das leis do Senhor, é que aconteceu isso ou aquilo (Leia, por exemplo, o profeta Miqueias). É sempre assim: pecou a penalidade chega. É lei da natureza. Queiramos ou não queiramos é assim.
            Agora imagine você a situação do nosso país: o governo brasileiro (não me refiro só ao presidente ou presidenta, mas a todo o conjunto brasileiro de políticos) colocou o Brasil oficialmente contra a lei de Deus. Inclusive escutei um dos nossos presidentes declarar abertamente: “vamos fazer do Brasil um país cada vez mais laico”. Ou seja: nosso presidente afirmava, noutras palavras: vamos governar o país sem darmos importância ao lado religioso. O que significa: sem dar atenção à lei de Deus. Daí as posições absurdas que têm tomado nossos líderes. É só observar, por exemplo, nas condições de casamento, o trato com a homossexualidade, o problema do aborto, da injustiça social, relacionamento com a natureza, com o menor, enfim, a corrupção generalizada entre políticos e povo.  As consequências ai estão: é só abrir os olhos e a razão para perceber.
            E agora eu pergunto: Será que o nosso fracasso na copa não foi exatamente uma puxadinha de orelhas que Deus nos aplicou dizendo: volte aos meus mandamentos, Brasil? Será que não foi isso? Perder ou ganhar um jogo é um futurível. Mas Deus conhece todas as coisas e inclusive o futurível. Veja o que Jesus previu a respeito de Jerusalém: “Vossa casa ficará deserta (...) não ficará aqui pedra sobre pedra; tudo será destruído” (Cf. Mt 23,38 e 24,2). E a causa? Jerusalém não aceitou o apelo de Jesus.
            Acho que é a hora de o Brasil, no seu todo, cidadãos comuns e governantes repensar as coisas; primeiro alinhar-se com Deus. Todo povo brasileiro: cidadãos, políticos, jogadores... todo o povo que faz este país, retomar os caminhos do Senhor obedecendo suas leis e preceitos. Depois, sim, investir com todo gás na formação de nossos atletas, formação pra valer!
            Ai sim; reconciliados com o Pai e com uma equipe bem preparada, competente, teremos sempre entre nós o que o papa Francisco desejou para a copa em sua abertura: “Presença abundante das bênçãos celestiais.”   
            E concluindo podemos dizer com o Salmista: “ Foi bom para mim ser humilhado, para aprender tuas prescrições” Salmo 119, 71.