“Sede Santos porque Eu, vosso Deus, Sou Santo” (cf. Lv 20, 26). E
Jesus confirma com outras palavras: “Sede
perfeitos como o Pai celeste é perfeito” (cf. Mt 5,48). Então fomos
imaginados assim: pessoas perfeitas, santas. Se a gente não se torna santo ou
santa a gente é homem (mulher) de segunda; é gente fracassada que não alcançou
o topo do desenvolvimento humano; gente que não se plenificou como ser humano.
Desculpe-me,
por favor, voltar ao tema da graça, caso não esteja se sentindo bem. Insisto no
assunto por ser ele de radical necessidade para se ser gente, ser pessoa humana
em plenitude. É que para ser uma pessoa conforme o modelo pensado pelo autor da
vida – Deus – a graça santificante, que é a vida de Deus em nós, é indispensável,
faz parte do nosso ser. Deus pensou em cada um de nós assim: na graça Dele, na
comunhão perfeita com Ele. É o que significa a expressão:
Mas aí
topamos com a dificuldade que são Paulo aponta: “Não faço o bem que quero e sim o mal que não quero” (cf. Rm 7,19).
É o problema da condição precária em que o pecado original nos deixou: somos
gente ferida (cf. Rm 8,10), gente interiormente desarticulada. O pecado está
sempre teimosamente cobrando de nós a sua parcela (cf. 1Pd 5,8) nos vários
momentos do nosso agir.
É aqui que
entra a minha dica: sei que você quer ser santo, quer realizar o modelo
perfeito de homem (mulher) que Deus nosso criador bolou para você: ser santo; ser
perfeito. (Lembro que ser santo não significa estar na listagem hagiográfica da
Igreja e muito menos ter sua estátua no altar. Não! Ser santo é estar em
perfeita sintonia com Deus, é estar em plena comunhão com Ele).
Então para
você atingir sua meta humana, vencendo o pecado mesmo na sua pequena dimensão
moral (o pecado que não leva à morte conforme nos diz são 1João em 5,16) eu lhe
dou essa orientação e faço-o me servindo da doutrina da mente que aprendi do
meu mestre Lauro Trevisan: Use a força da mente na conquista da Santidade
duradoura. Faça assim: veja qual é o seu defeito principal, o pecado em que
você cai mais frequentemente. Digamos, por exemplo, que você é muito irascível,
muito grosso em casa ou nos ambientes que você frequenta. Então diga a você
mesmo com insistência assim ou de modo parecido: eu sou manso, eu sou uma
pessoa cortês, eu sou uma pessoa afável, eu sigo Jesus que disse “Sou manso e humilde de coração” (cf. Mt
11,29). E quando tiver aquela vontade de ser brabo, aquele impulso violento
para dizer desaforo, a mente lhe traz o alerta imediato: alto lá; eu sou um (uma)
rapaz (moça) manso (a), afável, cortês. E fale para Deus: meu Pai, em suas mãos
eu coloco este constrangimento (ou esta raiva) junto com a paixão de Jesus
Cristo. Não me deixe pecar. Eu lhe amo.
Fazendo
assim você aumentou mais o seu tesouro na eternidade. E veja, então, o que
aconteceu por este seu proceder: você aumentou sua riqueza no céu, seguindo a
orientação de Jesus que nos ensina: “Entesourai
no céu onde não há traça nem ladrão” (cf. Mt 6,20); você conseguiu mais
simpatia entre os seus; fez o seu papel de luz do mundo (cf. Mt 5,14); você
evangelizou com seu exemplo (cf. Mt 5,16). A pessoa que lhe ofendeu de algum
modo vai ficar pensativa e dizer consigo mesma rapaz como fulano (a) é bacana!
Eu é que tenho que me ajeitar.
Olhe, o
poder da mente funciona de verdade. Basta dizer que ele está ligado ao poder
infinito de Deus que sempre trabalha (cf. Jo 5,17) e não lhe larga.
Pense
nisso; você vai ser outro (outra) aceitando está boa dica.