Todos sabemos que idolatria é culto a um falso deus. É a
grande reclamação da Bíblia Sagrada: “Não terás outros deuses além de mim” (cf.
Ex 20,3). Esta exigência divina percorre todo o profetismo bíblico.
Numa ideia
mais abrangente e de maneira analógica podemos dizer que ídolo é aquilo a que
damos maior valor, maior atenção, que buscamos com maior empenho. E isso me
leva a afirmar que o deus do povo de hoje (pelo menos em grande escala) é o
dinheiro. Muita, mas muita gente mesmo só pensa nele; só age em função dele;
quase que não tem mais tempo pra rezar. É só trabalho, trabalho, trabalho para
ganhar sempre mais. Existe até quem fale assim: “Meus deus é meu dinheiro”. Por
dinheiro se faz tudo: se mata, se rouba, se mente, se prostitui... se faz tudo.
Até a natureza é tremendamente agredida, por causa da ganancia do homem sempre
mais em busca de dinheiro. Para ganhar e acumular dinheiro tudo é válido. Que lógica,
hein?!
E daí vem a
desgraça para a humanidade. O povão é que sofre as consequências. Sim, porque,
o dinheiro nada tem a oferecer. Ele é
apenas um artefato humano procedente da inteligência. Afinal de contas foi Deus
( e não o ídolo) que fez a matéria prima de que é feito o dinheiro e a inteligência
do homem para fazê-lo.
Dinheiro só
serve para uma coisa: facilitar a troca de produtos que usamos no dia-a-dia.
Então, por
que sacrificar tudo por ele inclusive a sua alma? Lembra-se do que Jesus falou?
“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.” (cf. Mt 6,24b). Pelo contrário, o
dinheiro é que deve nos servir. A observação de são Paulo é bem pertinente: “Porque a raiz de todos os males é o amor ao
dinheiro...” (cf. 1Tm 6,10s).
Cuidado,
pois, para não dar bobeira. Devemos ter o coração livre, reservado exclusivamente
para nosso Deus, razão de ser de nossa existência. Abaixo a tirania do
dinheiro. Deixemos a graça, o amor, a bondade fluírem em nós. Só Deus é
suficiente.