18/12/2015

Ladrão, coisa esquisita!

Certa vez, conversando com um amigo, ele assim me falou: Guilherme, o ladrão é coisa indispensável para a vida da sociedade. Por que você diz isso, perguntei? E ele:  o ladrão é indispensável para o funcionamento do comercio. Sem ele ninguém compraria uma porta, um ferrolho, uma fechadura; não haveria emprego para policial e seguranças; advogado não ganharia dinheiro; juiz também não tinha vez. Até o banco sofreria as consequências, pois, o povo deixaria de depositar o dinheiro no banco para guarda-lo debaixo do colchão. (Até eu me lembro que antigamente os gerentes de banco imploravam para as pessoas depositarem dinheiro e ainda pagavam um certo percentual ao depositante. Hoje eles fazem é cobrar da gente).
            Outra vez, comentando o mesmo assunto com um juiz amigo ele me disse: “é, Pe. Guilherme, o ladrão é um mal necessário”.  
            Você concorda com isso? Eu não concordo. Não creio que o ser humano, para viver bem, feliz e praticando o bem tenha que ser impelido por agente do mal.
Acho que o homem gosta de viver bem sendo alegre e feliz; e uma casa bem ajeitada, confortável faz parte do conjunto de ser feliz. O homem, com certeza, sem ladrão ou qualquer tipo de violento, saberia e aceitaria se compor muito bem. Não é possível que ele, um ser de tamanha grandeza e dignidade aceitasse viver de qualquer jeito. Seria fraqueza demais.     
Inclusive, é o que insinua a Palavra de Deus na orientação para a construção do templo: casa bem feita e bonita (cf. 1Rs 6-8). Davi, por sua vez, nos informa a respeito de seu suntuoso palácio construído com madeira de cedro (cf. 1Cro 17,1).

Decididamente: a sociedade, para viver bem, não precisa de ladrão; precisa é de conversão. Ladrão é excrecência! 

11/12/2015

Como trabalhar desse jeito?

            
Seu Manoel vivia tranquilo, feliz, tocando seu mercadinho. Depois de um certo tempo de ausência, me encontro com ele e digo: oh, como vai seu Manoel?  E o mercadinho como está? Ele me responde: fechei, Pe. Guilherme. E eu, espantado, pergunto: fechou!? Mas por que, seu Manoel? E ele: fui assaltado cinco vezes, Pe. Guilherme. E eu...
Seu Santino vivia bem com sua mercearia, mantendo a família com o seu comercio. Um dia chego à sua casa e... cadê a mercearia! Fechada. Perguntei: que é que é isso, seu Santino, fechou sua mercearia? E ele: fechei, Pe. Guilherme; fui assaltado três vezes e, por pouco, não me mataram.
            Celebrando u’a Missa na zona rural, senti falta de galinhas no terreiro da casa. Então perguntei: vocês, por aqui, não criam galinhas, não? E a resposta do pessoal: ah, Pe. Guilherme os ladrões não deixam não; levam tudo.
            Há poucos dias, em Malhada de Pedra u’a moça comprou uma Biz para servir-lhe de condução para a faculdade e, dentro de pouco tempo, os marginais tomaram.
            Dentro de quinze dias apenas, também em Malhada de Pedra, roubaram o mercadinho de seu Laercio duas vezes.
            Levaram há pouco todos os jerimuns do grupo jovem no MOBESC, e mais um carro-de-mão.
            Alguns ladrões assaltaram uma fazenda. Levaram umas cabeças de gado e deixaram, na cancela, este bilhete para o fazendeiro: “Estamos indo embora; mas voltaremos, depois, para levar o resto”. Já pensou que cara-de-pau?
            Alguém me informou, há pouco, que em certa rua, numa determinada cidade, toda a família estava conversando, alegremente, na calçada da casa. Chegaram alguns garotos, renderam a todos, entraram na casa do homem e levaram tudo quanto quiseram.
            Casos como esses conhecemos aos montes, não é verdade?
            Então perguntamos nós: como trabalhar desse jeito? Tudo que se produz os outros levam! Não dá mesmo.
            Mas se não trabalhar o que acontecerá? É hora de se perguntar: Cadê a autoridade desse país? Cadê os homens e as mulheres que nós elegemos?  (Talvez alguém esteja dizendo: estão por aí roubando também).
            E agora o que vai ser de nós? Para quem apelar? Onde está a solução? E eu digo, sem medo de errar: a solução está em nós mesmos. Vamos em busca dela.  É preciso pensar e agir juntos. Vamos trocando ideias. Com certeza a solução chegará.

            Vamos trabalhar. Já existe uma esperança no ar.