27/01/2017

Santidade

Uma jovem me pediu para falar sobre santidade. Vibrei com a proposta, pois, tendo em vista o clima de indiferença religiosa em que vivemos, considero quase heroísmo uma jovem se deter para pensar em santidade. Parabéns pra ela. Vamos ao assunto.
            Que vem a ser santidade? Santidade é o modo de vida em que o ser humano foi criado. É assim que fala o livro santo da Palavra de Deus, a Bíblia: Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (cf. Gn. 1,26) ou como diz o Catecismo Deus criou o homem em estado de graça e santidade.
            Qual é a imagem de Deus? O Senhor vosso Deus é Santo (cf. Lev 19,2; 20,7). O homem e a mulher foram criados assim também. Só que de uma santidade limitada, finita, como é o próprio homem.
            Por conta de sua limitação o homem caiu na cilada de um ser igualmente criado por Deus em santidade, mas que decaiu da mesma por conta de uma opção errada que fez diante do Altíssimo.  Por essa lamentável opção foi precipitado no inferno (cf. 2Pd 2,4). Mas como quem é não quer ser só, vai em busca de companheiros. Então abordou Eva, a primeira mulher do mundo, com uma proposta muito bonita, porem falsa, mentirosa. É o tal do Demônio ou Satanás.  E ai, como ele, também ela caiu no fracasso. Desobedeceu a ordem de seu Criador. Pecou. E, com isso, perdeu a graça, a santidade na qual fora criada. Adão, seu companheiro foi também na onda. E o pior sobrou para nós: nascemos privados da graça de Deus, da Santidade.
            E sendo assim, ficamos impossibilitados de morar com nosso Deus. Sujeira não se mistura com limpeza, assim como a luz não se mistura com a escuridão.
            Mas Deus, nosso Pai Criador, não se conformou em perder seus filhos. Mandou Jesus para nos resgatar. Por sua morte e ressureição Ele conseguiu reverter o quadro; Ele nos salvou. Quer dizer: Ele devolveu para nós aquilo que Adão e Eva perderam, a vida da graça, a santidade.
            Mas Deus não gosta de mamata. Ele deixou à nossa responsabilidade a recuperação da graça.
            Então o homem tem, neste mundo, uma tarefa meio custosa de realizar, mas indispensável para sua completa realização humana: é tirar dele mesmo todas as imperfeições que o afastam de Deus. Tem que vencer o orgulho, a sensualidade desregrada, etc; os tais pecados capitais. Dominando o pecado e suas consequências sob qualquer uma de suas formas, você está se santificando; está voltando ao modelo humano que Deus criou: o homem santo.
            Então é através da ascese, da penitencia, da luta perseverante contra o pecado que você, alimentado pelos Sacramentos e pela Oração chega à santidade. Como diz São Paulo “À estatura do homem perfeito” (cf. Ef 4,11,14), ou seja, do homem santo.

            Resumindo: santidade é a perfeita sintonia com Deus e a perfeita sintonia com as pessoas. É sua realização humana em plenitude. É o homem completo, a mulher completa. É a vida plena que permanece para toda a eternidade. 

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