Entendo a
afirmação desesperada de Nietzsche: acossado por uma vida familiar incrementada
à base de um radicalismo protestante opressor, não deu outra: Deus morreu,
disse ele. Sem Deus ficava mais fácil de viver: não tendo satisfação a dar a
ninguém, libera-se a besta; fazem-se o que se quer sem nenhum escrúpulo, sem
nenhum drama de consciência.
Mas o Nietzsche
não quis dizer, assim penso eu, que Deus, o ser divino, morreu. Ele quis dizer
sim, que Deus, como ser supremo, como o grande e único administrador do mundo
era um tropeço na vida humana; incomodava por demais o homem (a mulher). Então
a melhor maneira de se viver é despreza-lo, é fazer de conta que ele não existe,
é viver sem lhe dar satisfação. Ai sim, você pinta e borda, apronta oque bem
quer, do jeito que quer e fim de papo.
Então, a
partir dai, aconteceu em escala sempre mais crescente a derrocada da fé, a
derrocada da moral, a derrocada dos bons costumes. O ateísmo teórico ou
prático, o indiferentismo, o relativismo e todo tipo de “ismo” foi tomando
conta da vida das pessoas e o resultado ai está: nações que por ganância
provocam guerras matando gente sem necessidade e tomando o que é dos outros;
governantes altamente corruptos que lançam mão da riqueza da nação e deixam o
povo na miséria; criminalidade cada mais crescente por ganância financeira, por
preguiça de trabalhar e por outros motivos banais; o estupro desavergonhado; a
prostituição banal e sem graça; os casamentos mal assumidos; os acasalamentos
irresponsáveis que são os maiores responsáveis pela geração de marginais. E
assim, de desmantelo em desmantelo a humanidade se arrasta cada vez mais pro
pior.
Veja então:
a morte de Deus, o ateísmo deu e está dando tudo isso. Da pra viver assim? Isso
é vida humana? Responda você.
Eu entendo
que a vida assim como está acontecendo, hoje, é simplesmente um desastre, uma
verdadeira desgraça. E eu concluo: sem Deus não da.
Eu comparo
Deus com o grande anel de um carrossel do qual partem os pendentes que
sustentam as poltronas do carrossel: se os pendentes se desligam do grande anel
o acidente acontece e, às vezes, de modo irreparável, de modo fatal. Foi o que
aconteceu com a humanidade. O ser humano, em grande escala, se desligou de
Deus, o grande anel que sustenta tudo que existe e, inclusive o homem. Ai
dizem: Deus morreu. Morreu coisa nenhuma! O homem (a mulher) que se afastou
dele, esse sim, é que morreu. Sim, porque sem Deus que é a fonte de vida o
sujeito está morto. É como diz São Paulo a respeito da viúva que se entregou
aos prazeres da carne: “Embora viva está morta” (1 Timóteo 5,3-7). Isso quer
dizer que a vida humana só é plena em Deus.
Portanto
quem morreu por ter se afastado de Deus que cuide em voltar o mais rápido
possível para garantir sua plenificação humana. Deus está, a cada momento, batendo
a sua porta (cf. Ap 3,20). Você insiste em lhe dá as costas? Só o insensato diz:
Deus não existe (cf. Sl 53,1).
Um comentário:
Lamentávelmente, essa é a verdade! um mundo desgovernado! mas para quem Deus está vivo e sempre estará, não deve perder as esperanças. Aquilo que com Deus é difícil, sem Êle certamente é impossível.
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