10/02/2017

Sem Deus não deu certo


           
Desde que declararam a morte de Deus (Nietzsche século XIX) que a humanidade, que já vinha ruim, tornou-se cada vez pior.
            Entendo a afirmação desesperada de Nietzsche: acossado por uma vida familiar incrementada à base de um radicalismo protestante opressor, não deu outra: Deus morreu, disse ele. Sem Deus ficava mais fácil de viver: não tendo satisfação a dar a ninguém, libera-se a besta; fazem-se o que se quer sem nenhum escrúpulo, sem nenhum drama de consciência.
            Mas o Nietzsche não quis dizer, assim penso eu, que Deus, o ser divino, morreu. Ele quis dizer sim, que Deus, como ser supremo, como o grande e único administrador do mundo era um tropeço na vida humana; incomodava por demais o homem (a mulher). Então a melhor maneira de se viver é despreza-lo, é fazer de conta que ele não existe, é viver sem lhe dar satisfação. Ai sim, você pinta e borda, apronta oque bem quer, do jeito que quer e fim de papo.
            Então, a partir dai, aconteceu em escala sempre mais crescente a derrocada da fé, a derrocada da moral, a derrocada dos bons costumes. O ateísmo teórico ou prático, o indiferentismo, o relativismo e todo tipo de “ismo” foi tomando conta da vida das pessoas e o resultado ai está: nações que por ganância provocam guerras matando gente sem necessidade e tomando o que é dos outros; governantes altamente corruptos que lançam mão da riqueza da nação e deixam o povo na miséria; criminalidade cada mais crescente por ganância financeira, por preguiça de trabalhar e por outros motivos banais; o estupro desavergonhado; a prostituição banal e sem graça; os casamentos mal assumidos; os acasalamentos irresponsáveis que são os maiores responsáveis pela geração de marginais. E assim, de desmantelo em desmantelo a humanidade se arrasta cada vez mais pro pior.
            Veja então: a morte de Deus, o ateísmo deu e está dando tudo isso. Da pra viver assim? Isso é vida humana? Responda você.
            Eu entendo que a vida assim como está acontecendo, hoje, é simplesmente um desastre, uma verdadeira desgraça. E eu concluo: sem Deus não da.
            Eu comparo Deus com o grande anel de um carrossel do qual partem os pendentes que sustentam as poltronas do carrossel: se os pendentes se desligam do grande anel o acidente acontece e, às vezes, de modo irreparável, de modo fatal. Foi o que aconteceu com a humanidade. O ser humano, em grande escala, se desligou de Deus, o grande anel que sustenta tudo que existe e, inclusive o homem. Ai dizem: Deus morreu. Morreu coisa nenhuma! O homem (a mulher) que se afastou dele, esse sim, é que morreu. Sim, porque sem Deus que é a fonte de vida o sujeito está morto. É como diz São Paulo a respeito da viúva que se entregou aos prazeres da carne: “Embora viva está morta” (1 Timóteo 5,3-7). Isso quer dizer que a vida humana só é plena em Deus.
            Portanto quem morreu por ter se afastado de Deus que cuide em voltar o mais rápido possível para garantir sua plenificação humana. Deus está, a cada momento, batendo a sua porta (cf. Ap 3,20). Você insiste em lhe dá as costas? Só o insensato diz: Deus não existe (cf. Sl 53,1).


Um comentário:

arenice disse...

Lamentávelmente, essa é a verdade! um mundo desgovernado! mas para quem Deus está vivo e sempre estará, não deve perder as esperanças. Aquilo que com Deus é difícil, sem Êle certamente é impossível.